Nessa quinta-feira (24), o Google divulgou os mais recentes desenvolvimentos em inteligência artificial para a área da saúde.
Durante seu evento anual, o The Check Up, a companhia compartilhou as novas áreas de pesquisa e desenvolvimento de produtos do Google Health – setor da companhia dedicada à área – e conta como está fornecendo ferramentas de fácil usabilidade para ajudar melhor a qualidade e acessibilidade aos cuidados com a saúde.
Confira exemplos de inovações que estão por vir:
Potencial das câmeras de smartphones para proteger a saúde cardiovascular e preservar a visão
Um dos primeiros projetos de inteligência artificial para a saúde do Google, o ARDA, visa ajudar a abordar os exames de retinopatia diabética — uma complicação do diabetes que, se não diagnosticada e tratada, pode causar cegueira.
Hoje o projeto faz exames de 350 pacientes diariamente, resultando em cerca de 100.000 pacientes examinados até o momento.
Recentemente, completaram um estudo prospectivo com o programa nacional de exames da Tailândia, que mostra o quanto os exames do ARDA são precisos e capazes de serem implantados com segurança em várias regiões, para assim apoiar a acessibilidade aos exames oculares.
Além da doença ocular diabética, o Google revelou como é possível usar machine learning para revelar fatores de risco cardiovasculares, como níveis elevados de açúcar no sangue e colesterol, por meio de fotos do interior (ou fundo) dos olhos.
A pesquisa mais recente aborda a detecção de doenças relacionadas ao diabetes a partir de fotos do exterior do olho, usando câmeras de mesa existentes em clínicas.
Com os primeiros resultados, os pesquisadores seguem em pesquisas clínicas com parceiros para investigar se fotos de câmeras de smartphones também podem ajudar a detectar diabéticos e não-diabéticos a partir de fotos da parte externa do olho.
Gravação e tradução de sons cardíacos com smartphones
Ouvir o coração e pulmões de alguém com um estetoscópio, ato conhecido como auscultação, é uma parte crítica de um exame físico.
Por isso, a companhia compartilha uma nova área de pesquisa que explora como os microfones embutidos nos smartphones podem gravar as batidas do coração de uma pessoa quando colocado sobre seu peito.
A pesquisa mais recente investiga se um smartphone pode detectar batimentos cardíacos e pulsação irregular.
O projeto está em estágios iniciais de testes nos estudos clínicos, mas espera-se que esse trabalho possa capacitar as pessoas a utilizar o smartphone como ferramenta adicional para uma avaliação mais acessível sobre sua saúde.
Anteriormente, o Google compartilhou como os dispositivos móveis combinados com o machine learning, podem tornar mais acessíveis as aferições e dar às pessoas insights sobre sua própria saúde e bem-estar diários. Este recurso já está disponível em mais de 100 modelos de dispositivos Android, bem como iOS.
Ajudando as pessoas do Brasil, Índia e Japão a descobrirem conteúdos confiáveis de saúde local no YouTube
Dentre os formatos em que as pessoas recorrem para obter conteúdo sobre saúde, o vídeo pode ser um meio útil e poderoso para ajudá-las a tomarem decisões munidas de mais informações.
Elas podem assistir e ouvir especialistas traduzindo termos e informações médicas complexas em linguagem e conceitos simples de forma fácil, e podem se conectar com comunidades que enfrentam condições e desafios de saúde semelhantes.
O Dr. Garth Graham falou sobre a missão do YouTube Health de fornecer acesso para todos a informações de saúde confiáveis, baseadas em evidências e que sejam culturalmente relevantes.
No ano passado, o YouTube focou na construção de parcerias com as principais organizações de saúde e líderes de saúde pública no mundo, a fim de aumentar o volume e a visibilidade do conteúdo de saúde oficial por meio de novos recursos.
A partir desta semana no Brasil, Japão e Índia, o YouTube está adicionando painéis de informações com fontes confiáveis de saúde em vídeos, para fornecer um contexto que ajuda espectadores a identificar vídeos de fontes confiáveis.
Também estamos adicionando prateleiras de conteúdo sobre saúde que destacam vídeos dessas fontes com mais eficiência, para quando as pessoas pesquisarem tópicos específicos sobre o tema. Essas dicas de contexto ajudarão a navegar e avaliar, de forma fácil, quais as informações de saúde são confiáveis.
Parceria com a Northwestern Medicine para aplicar a IA a fim de melhorar a saúde materna em todo o mundo
O ultrassom é um método de diagnóstico por imagem não invasivo que utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar fotos ou vídeos em tempo real de órgãos internos ou outros tecidos, como vasos sanguíneos e fetos.
Pesquisas mostram que o ultrassom é seguro para uso no pré-natal e eficaz na identificação precoce de problemas na gravidez. Entretanto,
Mais da metade das grávidas de países de baixa e média renda não recebem ultrassons, apesar de este ser um método de diagnóstico por imagem não invasivo, seguro para uso no pré-natal e eficaz na identificação precoce de problemas na gravidez.
Parte desse problema se dá devido à falta de experiência na leitura de ultrassons, por isso o Google acredita que sua expertise em machine learning pode ajudar a resolver esse problema e permitir gestações mais saudáveis e melhores resultados para os pais e os bebês.
Em breve a companhia irá publicar pesquisas em estágio inicial, com acesso aberto, que validam o uso da IA para ajudar a realizar ultrassons e avaliações.
Em parceria com a Northwestern Medicine, o Google irá desenvolver e testar esses modelos a fim de torná-los mais utilizáveis em diferentes níveis de experiência e tecnologias.
Com avaliações mais automatizadas e precisas dos riscos à saúde materna e fetal, a empresa espera diminuir os obstáculos para a saúde materna e ajudar as pessoas a obter cuidados oportunos nos ambientes certos.
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