A Covid-19 acelerou a digitalização de diversos serviços, entre eles os financeiros. Por conta das restrições sanitárias, muitas pessoas deixaram de ir às agências bancárias físicas e passaram a utilizar os canais digitais com maior frequência.
Mesmo com a pandemia dando sinais claros de melhora, muitos clientes se habituaram e devem aderir de vez às inovações tecnológicas em vários setores, inclusive o financeiro.
Estudo publicado pelo Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board, FSB, na sigla em inglês) revela que a pandemia acelerou a tendência de digitalização dos serviços financeiros dos grandes bancos.
O Financial Stability Board é um órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global. Foi estabelecido após a cúpula do G20 em Londres, em abril de 2009, como sucessor do Fórum de Estabilidade Financeira.
A pandemia mudou a forma como empresas se relacionam com provedores de serviços financeiros inovadores e operadores tradicionais. A principal descoberta é que a pandemia acelerou a tendência de digitalização dos serviços financeiros de varejo”, diz trecho do estudo, publicado no site do FSB.
Uma das conclusões é que as bigtechs – as gigantes da tecnologia – aumentaram sua participação nos serviços financeiros, assim como as fintechs – startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais.
Segundo os números do FSB, a receita das bigtechs cresceu 17% entre 2019 e 2020, enquanto a capitalização de mercado dessas empresas aumentou 57% no mesmo período. Já o uso de carteiras digitais de instituições tradicionais no e-commerce subiu de 6,5% em 2019 para 44,5% em 2020.
Outros estudos apontam para as mesmas tendências verificadas pelo FSB. No fim do ano passado, o “EY Global Wealth Survey”, estudo feito pela consultoria EY, mostra que as fintechs estão ganhando cada vez mais a atenção dos clientes no Brasil e no mundo.
O uso da tecnologia também ganhou destaque no estudo, indicando que os aplicativos para dispositivos móveis lideram a preferência dos clientes.
O FSB destaca que a expansão das bigtechs e fintechs em serviços financeiros pode trazer diversos benefícios, como eficiência de custo e inclusão financeira da população, em especial a mais carente.
Apesar dos números positivos e diversos benefícios proporcionados pela tecnologia aos usuários e instituições, o FSB alerta que o avanço da digitalização também implica em riscos como possível atuação fora dos mercados regulatórios, ataques cibernéticos e concentração de mercados.
O relatório descreve os tipos de ações que as autoridades tomaram durante a pandemia que podem afetar a estrutura do mercado e o papel de diferentes empresas na prestação de serviços financeiros digitais”, diz trecho do comunicado do FSB distribuído à imprensa.
“Essas ações estão relacionadas a questões de estabilidade financeira, concorrência, privacidade de dados e governança. O relatório também destaca a importância da cooperação entre as autoridades financeiras e, se for caso disso, com as autoridades de concorrência e proteção de dados”, completa a entidade, por meio da sua assessoria.
Fonte: Agência EY
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