inovacao-it-land

Fazia tempo que queria escrever sobre esse assunto, e acredito que é uma excelente maneira de inaugurar esse espaço, trazendo a você leitor, um pouco da minha vivência na prática com inúmeros projetos de inovação. Vamos falar um pouco sobre porque as empresas estão falhando miseravelmente em seus processos de inovação.

Tudo começa com um conceito simples: Projeto ou Produto. “O grande inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão de ter conhecimento.” – Stephen Hawking.

Se você fizer uma rápida busca no Google sobre o assunto, vai encontrar definições que levam ao seguinte entendimento: Projeto possui começo, meio e fim; Produto é uma evolução contínua.

Pílula Mágica dourada de placebo

O que está acontecendo de um modo geral no mercado: processo inicial do ciclo de maturidade de design de software, como técnicas de design e gestão; e um erro inicial muito grande em compreender a diferença entre um projeto ou produto do ponto de vista estratégico e de funding.

Para a maior parte das empresas, o produto é a forma que se constrói, e isso é o que muda para um projeto. Normalmente, associam técnicas Waterfall como Unifed Process aos projetos e novas técnicas de formação de times, como modelo de Cultura do Spotify empregadas a esmo em formato de “Squads” com processos de Ideação (Design Thinking, VPC, Lean Inception etc) e gestão 3.0 e mais alguma nova técnica que quiser adicionar ao molho gourmet.

Mas o Funding continua o mesmo – Finito, ou seja, o ciclo deveria concluir uma entrega e mensurar o tal ROI do que fora produzido. Então entra a frustração da maior parte dos executivos que estão pagando essa conta, pois a despesa para fazer da maneira Digital foi muito maior e a conta não fechou, não houve incremento na receita da companhia e nem o valuation teve uma alta real.

Disclaimer: em alguns casos o valuation sobe porque os investidores precisam de uma bolha especulativa para ganharem dinheiro na bolsa. Então vamos separar as coisas…

Projeto não tem a ver com a forma que foi produzido, se foi com melhor técnica de design e modelagem. Projetos possuem uma natureza clara: Eles são alicerces para algum Value Stream da companhia, possuem um investimento determinado para um resultado esperado em cima de alguns OKRs. Eles possuem começo, meio e fim; e ao final do ciclo, os resultados devem aparecer.

Como qualquer entrega de software sofre entropia, para manter preservado o investimento pelo máximo de tempo possível, há uma conta recorrente para manutenção do estado (energia), e correções e pequenas adaptações.

O funding para o projeto, vem do Value Stream o qual ele atende, e entra na contabilidade como lançamento de despesa recorrente, um custo fixo a ser considerado para manter a operação de pé rodando, pois ele dá suporte à ela.

O entendimento de produto, particularmente eu quebro em 2, isso facilita muito entender onde todos estão errando: Produtos Alicerce – Dão suporte ao Value Stream principal, e possuem um modelo de funding contínuo, enquanto aquela tese de negócio tiver sendo testada e aprimorada, o produto recebe aporte e continua seu ciclo de vida.

Esse tipo de asset é muitas vezes o Core do Value Stream, como Internet Banking Mobile, não dá pra imaginar hoje uma operação bancária B2C, sem um investimento contínuo na melhoria da experiência do usuário.

A maturidade em cima desse entendimento é crucial, para a empresa entender como ela financia sua operação e como metrificar o resultado do seu investimento. Produtos Inovação | Criando uma cadeia de valor.

Bom, chegamos! É aqui que a maior parte das empresas fazem uma grande lambança e não tem idéia de como está gerenciando seu Portfólio de Inovação.

Créditos — Strategyzer

Produtos normalmente são a menor partícula de um Value Stream. Costumo associar o Value Stream à uma Molécula e o Átomo ao produto. O Produto de Inovação, é onde a empresa começa a testar novas teses de negócio, e essas teses normalmente estão em linha com o propósito da companhia.

Exemplo de Propósito do Google: “Organizar as informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis.” — Logo, tudo que faça parte desta tese, vai para esteira de produção deles. As ideias de negócio, podem ser classificadas em Explore ou Exploit, como no canvas de mapeamento de Portfólio.

Uma ideia Exploit é adjacente ao Value Stream principal , e uma ideia Explore é antagônica e possui maior risco de inovação. Fazendo uma analogia com uma Startup, ela recebe um capital Seed para testar uma tese e verificar se há fit com o mercado e descobrir alguns indicadores como Unit Economics. Nesse estágio inicial, não é esperado que uma Startup gere lucro para os investidores, mas que assegurem que o terreno é estável e o modelo se encaixa para receber novos rounds de investimento e buscar a performance de negócio, ou melhor ainda, o crescimento exponencial.

Crescimento Exponencial

O que os investidores estão buscando são modelos de negócio capazes de crescer de maneira exponencial, fazendo seu investimento em inovação voltar muitas vezes.

Infelizmente, o mercado corporativo não entendeu esse mecanismo, e cortam o investimento e aguardam retorno (ROI) do capital investido. Fazem isso, porque ainda estão pensando do ponto de vista estratégico em PROJETOS, não desassociaram o mindset, estão esperando o final do ciclo de investimento e subsequentemente o retorno desse investimento.

O ideal seria o produto receber uma nova rodada de investimento, e fazendo um paralelo com as Startups, uma Série A chega a ser 10x maior que o investimento inicial.

É aqui que o Átomo vira Molécula, um produto vira um Value Stream de fato e um time maior é formado, talvez algumas “Squads”, pois o objetivo será o Valuation do novo Value Stream e atingir o máximo da potência econômica dele.

Infelizmente as empresas dificilmente colherão algum resultado, pois não há entendimento que o produto poderá vir a ser um novo fluxo de valor e isso muda radicalmente o modelo de funding e até mesmo estrutura organizacional para suportar essas novas iniciativas.

Então, infelizmente as empresas estão andando em círculos, sem gerar oportunidades reais para escalonar o negócio da companhia.

Ainda tem muito assunto para abordarmos, como: PlayBook de Estratégia de Produto, hackeando o modelo organizacional, design pattern de modelo de negócio. Mas isso é tema para outra hora.

*artigo escrito por Felipe Oliveira, CEO e fundador da Sciensa

Tommy Hilfiger realiza convenção de vendas no Metaverso

Artigo anterior

O caminho para um futuro hiperconectado, por Luiz Grilo, da Unentel Distribuição

Próximo artigo

VOCÊ PODE GOSTAR

Comentários

Comentários fechados.

Mais em Liderança