Conhecida principalmente por ser utilizada pelo Google, a metodologia OKR (Objectives and Key Results) cada vez desperta mais o interesse de organizações de diversas atividades econômicas e sociais.
Em linhas gerais, ela consiste em definir objetivos estratégicos e metas (resultados-chave) como alvos a serem alcançados.
Aplica-se, inclusive, na gestão de recursos humanos (RH), definindo parâmetros de produtividade e de qualidade das entregas dos colaboradores.
Mas, com a pandemia de Covid-19 e a necessidade do trabalho remoto, os gestores de RH se viram diante de um desafio: com a distância, como mensurar – de forma justa e eficiente – metas de produtividade e de qualidade das entregas dos funcionários?
Em que a medição das metas e os objetivos estratégicos precisaram de adaptação às mudanças impostas por uma conjuntura adversa num contexto em que os gestores mantêm a distância física?
A administradora Daniela Velez da startup Run2Biz, empresa que fornece soluções automatizadas e de inteligência artificial com plataformas de comunicação e canais de relacionamento entre as organizações e seus clientes, integra um grupo que reúne executivos de RH de empresas de vários setores e de todos os portes.
Velez constata uma preocupação recorrente no grupo: mais do que definir OKRs em gestão de pessoas, a inquietação é assegurar um acompanhamento mais próximo e preciso do andamento rumo à execução dos objetivos e metas estabelecidos.
Com a necessidade do trabalho essencialmente remoto provocado pela pandemia e hoje um padrão adotado na Run2Biz, tivemos que aprimorar a metodologia OKR, implementando novas formas de avaliação de desempenho dos colaboradores em home office”, pontua a gestora.
Antes, é fundamental compreender como se estrutura a metodologia OKR, observa Daniela Velez.
Ela explica: são duas instâncias de OKRs adotadas pela Run2Biz. Uma é a do OKR estratégico, isto é, aquele objetivo macro, que inspira todos na empresa. Outra instância é a dos OKRs táticos, constituídos de metas por áreas da empresa. Importante: todas elas estabelecidas como meios para se cumprir o OKR estratégico. Entre essas áreas, está a de recursos humanos.
“Amadurecemos, então, o processo OKR, durante a pandemia, a fim de enfrentar o desafio de mensurar qualidade e produtividade do trabalho remoto. Para este ano, estamos com uma metodologia baseada no seguinte tripé: Empresa (OKR estratégico), Área (OKR tático) e Colaboradores (Plano de ações individuais), que fundamentam uma avaliação de desempenho de forma justa e eficiente do colaborador”, sublinha Daniela.
Cofundador da Run2Biz, Emauri Gaspar acrescenta que a mensuração da produtividade e da qualidade das entregas dos funcionários – e mesmo da empresa, de um modo geral – só é possível de se fazer a partir da análise de satisfação dos clientes externos e internos (entre as áreas da empresa). Afinal, essa satisfação serve como baliza para cada área compreender se de fato atua com qualidade.
“A medição de qualidade só é possível escutando o cliente. Não há como ter qualidade sem ter atendido ou superado as expectativas acordadas com o cliente. Internamente, você pode medir a eficiência, mas a qualidade é uma medição relacionada à satisfação do cliente”, compara Gaspar.
Gaspar salienta ainda a importância da cultura OKR. Mais ainda, de estabelecer de forma clara e adequada o OKR estratégico.
Um OKR estratégico deve inspirar toda a empresa para o período de tempo a que se destina. A partir dele as áreas estabelecem os OKRs táticos que somados resultam em pleno êxito do OKR estratégico. É como na montagem de um quebra-cabeças. Cada peça tem a sua contribuição na construção da imagem planejada”.
Ele exemplifica com o caso da própria Run2Biz: “Definimos para 2022 atingir em janeiro de 2023 um determinado volume de faturamento mensal recorrente. Este OKR norteia todas as áreas em suas atribuições: volume de vendas para alcançar, infraestrutura necessária, cronograma de entregas, pessoas envolvidas, treinamentos a realizar…, todos direcionados a um sentido único.”
Comentários